quinta-feira, novembro 30, 2017

De como se deve lutar

"Na guerra, o que dissimula as suas intenções vencerá".

"[ O exército] Deve fazer com que sua rapidez seja igual à do vento, e a sua concentração seja igual à da floresta.
Deve investir e atacar como fogo; e quando imóvel, se defender como a montanha.
Que os seus planos sejam escuros e impenetráveis como a noite, e os seus movimentos sejam como um rio". 

"Há estradas que não devem ser percorridas, exércitos que não devem ser atacados, cidades que não devem ser capturadas, posições que não se deve desafiar, comandos do soberano que não devem ser obedecidos". 

Sun Tzu, A arte da guerra.

O livro A arte da guerra, do lendário estrategista militar Sun Tzu, é tratado no mundo corporativo como um importante elemento para a formulação de planos e técnicas para serem praticadas no âmbito do capital. Empresários, consultores, executivos utilizam a obra para extrair dela as possibilidades da pedagogia de Sun Tzu. É a velha habilidade que o capital possui de transformar em instrumento capaz de proporcionar ou de dar lucro.

Talvez tenha sido por isso que me mantive por tanto tempo distante do livro. Lembro que certa vez eu cheguei a comprar um exemplar. Emprestei para um colega e nunca mais tive o livro de volta. Isso já faz uns quinze anos. Há alguns meses vi que ele custava míseros quatro reais na loja Kindle da Amazon. Comprei-o mais munido por um impulso de colecionador de livros; de sujeito que sai acumulando livros o quanto pode. Um vício sem cura. 

Comecei a leitura. Leio-o vagarosamente. O livro de Sun Tzu não é para ser lido velozmente. Para ser consumido. A leitura deve ser atenta. Quem realiza a leitura de forma distraída, perde a beleza de sua sabedoria profunda.  É silencioso como uma serpente; contumaz em sua ciência como um rio que corre e flui. Existem sutilezas variadas à medida que realizamos a leitura. O livro é aforismático.

O que ele deseja para o guerreiro - ou para um exército inteiro - é a disciplina; a capacidade de antecipar situações; de ter sob controle os movimentos e, em perfeita harmonia, os sentidos. O corpo deve ser uma extensão dos pensamentos. Todavia, não se deve esquecer do terreno, dos caminhos. Deve-se atentar para o fato de quando se deve chegar, ficar ou partir em determinado lugar. 

É um livro de estratégias militares, mas que possui ensinamentos que podem ser praticados mesmo não estando em uma guerra. Seus ensinamentos profundos derivam do taoísmo. O taoísmo é uma tradição filosófica chinesa, pautada nos ensinamentos do "tao", termo este que significa "caminho", "meio", "estrada", "trilha", "lugar por onde se caminha". 

Continuemos a leitura!

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