quinta-feira, março 26, 2009

A solidão da música

Caiu a noite.
Veio com ela a solidão.
Gotas miúdas tamborilam no telhado.
Mozart suaviza as minhas emoções.
A saudade que me envolve.
Desejo sair por aí.
Caminhar.
Contar para os homens das novidades
Sutis, poéticas que estão comigo
Aqui e agora.
Há vapores emanando de cada palavra
Que defendo.
O piano com sua melodia enche os
Meus olhos de certeza de que a beleza
É tímida.
Ele não se mostra costumeiramente.
A baixeza, os cultivos ineptos não
Contribuem positivamente para o futuro
Da humanidade.
Sinto todas as cores do arco-íris a me embargarem.
Essa experiência me mostra a grandeza
Dos pequenos, delicados acontecimentos.
Abraço-me com o silêncio que sai da música.
Penso em realidades enormes.
A música que é vaga como um sonho
E exata como a algébrica sentença da matemática.
Alegro-me com essas disposições.
Descubro: não estou sozinho.
Estou com Mozart e o seu concerto para piano e
Orquestra número 26.
Isso me faz completo.
A solidão da música me educa.

Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque
Data: sábado, 20 de setembro de 2008, 23:25:17.

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