Existem
alguns apontamentos que poderiam ser feitos sobre esse fato: (1) "o
assunto Petrobrás" é controverso e paradoxal. Veio à baila pelo fato de o
PSDB ter "cavado" uma CPI tentando sujar a imagem da Dilma. Ou seja, a
jogada é marqueteira, trambiqueira
e eleitoreira. Pousar de paladino defensor das empresas públicas
brasileiras nunca esteve na agenda da oposição. É só lembrar a
"dilapidação pública" realizada pelo FHC. O assunto do lucro da
Petrobrás é de longe o problema. Uma pergunta surge: quem lucra, de
fato? Os
acionistas, ora, pois! Muitos deles, com certeza, ligados à própria
oposição. (2) Uma análise macro-estrutural da sociedade brasileira nos
leva a entender que vivemos um momento perigoso. Os tempos são
nebulosos. Vivemos uma imensa onda conservadora, talvez, gerada pela
inabilidade do PT - ou simplesmente, pelo fato de o sistema capitalista
viver de ondas cíclicas de crises. Quando Lula estava no poder, a maior
parte dos brasileiros experimentou um crescimento significativo nos
salários e no acesso aos bens de consumo. Todavia, como dizia o velho
Marx esse "caminho virtuoso" não é eterno dentro do capitalismo. O mundo
inteiro passa por uma crise.
A crise não ficou em 2008 - apenas. O
envidamento de forças em 2008, aconteceu unicamente para salvar os
bancos e as grandes corporações do descalabro. Salvaram os bancos à
custa de alguém. E no Brasil não é/foi diferente. O problema não é a
Dilma. É o momento em que vivemos. A onda conservadora é resultado
justamente de um conjunto de fatores: estrangulamento financeiro,
serviços públicos precários, alta no custo de vida e a "visibilização"
de gastos vultosos para sediar uma Copa do Mundo, um silêncio crônico do
governo que parece ser conivente com esse estado de coisas. Tachar o PT
como partido de corruptos, de trambiqueiros, de petralhas, como tenho
visto por aí não é atacar o problema. É olhar apenas para as causas
aparentes. A onda antipetista se sustenta em "nacos" de fatos
epidérmicos. A propaganda do Governo (eu não vi), talvez tenha por
finalidade dirimir o estrago na imagem da Dilma, provocada pelo
bombardeio da mídia. É mais que natural esse tipo de reação. Todavia,
existe um fato que é maior do que simplesmente aquilo que vemos: o PT é
um partido relevante para a história nacional. Ele é uma das
materializações de forças antagônicas que conseguimos produzir contra o
colonialismo da metrópole. O PT é uma das forças que deu um rumo
dialético diferente à história do Brasil. E contra a dialética da
história não existem moralismos.
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