sábado, maio 24, 2014

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Existem alguns apontamentos que poderiam ser feitos sobre esse fato: (1) "o assunto Petrobrás" é controverso e paradoxal. Veio à baila pelo fato de o PSDB ter "cavado" uma CPI tentando sujar a imagem da Dilma. Ou seja, a jogada é marqueteira, trambiqueira e eleitoreira. Pousar de paladino defensor das empresas públicas brasileiras nunca esteve na agenda da oposição. É só lembrar a "dilapidação pública" realizada pelo FHC. O assunto do lucro da Petrobrás é de longe o problema. Uma pergunta surge: quem lucra, de fato? Os acionistas, ora, pois! Muitos deles, com certeza, ligados à própria oposição. (2) Uma análise macro-estrutural da sociedade brasileira nos leva a entender que vivemos um momento perigoso. Os tempos são nebulosos. Vivemos uma imensa onda conservadora, talvez, gerada pela inabilidade do PT - ou simplesmente, pelo fato de o sistema capitalista viver de ondas cíclicas de crises. Quando Lula estava no poder, a maior parte dos brasileiros experimentou um crescimento significativo nos salários e no acesso aos bens de consumo. Todavia, como dizia o velho Marx esse "caminho virtuoso" não é eterno dentro do capitalismo. O mundo inteiro passa por uma crise. 

A crise não ficou em 2008 - apenas. O envidamento de forças em 2008, aconteceu unicamente para salvar os bancos e as grandes corporações do descalabro. Salvaram os bancos à custa de alguém. E no Brasil não é/foi diferente. O problema não é a Dilma. É o momento em que vivemos. A onda conservadora é resultado justamente de um conjunto de fatores: estrangulamento financeiro, serviços públicos precários, alta no custo de vida e a "visibilização" de gastos vultosos para sediar uma Copa do Mundo, um silêncio crônico do governo que parece ser conivente com esse estado de coisas. Tachar o PT como partido de corruptos, de trambiqueiros, de petralhas, como tenho visto por aí não é atacar o problema. É olhar apenas para as causas aparentes. A onda antipetista se sustenta em "nacos" de fatos epidérmicos. A propaganda do Governo (eu não vi), talvez tenha por finalidade dirimir o estrago na imagem da Dilma, provocada pelo bombardeio da mídia. É mais que natural esse tipo de reação. Todavia, existe um fato que é maior do que simplesmente aquilo que vemos: o PT é um partido relevante para a história nacional. Ele é uma das materializações de forças antagônicas que conseguimos produzir contra o colonialismo da metrópole. O PT é uma das forças que deu um rumo dialético diferente à história do Brasil. E contra a dialética da história não existem moralismos.

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