sexta-feira, outubro 10, 2008

A minha alma está cheia de poesia

Quero me lançar em direção ao vazio espiral

No deserto que formou-se em mim.

“As velhas palavras mortas sujaram a minha alma,

por isso quero lavá-la com as águas do silêncio.

Eu desconfio do sentido e das vozes dos homens

Ditos normais – são normais demais!

Deixemos a normalidade tão fingida deles e corramos

Na direção do outonal extremo da nossa alma.

Lá não se fala palavras normais, porque a normalidade

Cristaliza os movimentos que formamos com a poesia.

Poesia é movimento silencioso.

Movimento e combinação de sentidos

Inauditos.

Desconfio das poesias paradas.

As poesias não são verões parados e abafados.

São primaveras coloridas e cheia de musicalidade.

Gosto do que não dizem justamente por ser algo que busco

Compreender com a minha liberdade poética.

Eu sou mais que sou. Sou a outra metade afastada de mim.

Porque é justamente diante do insondável que buscamos

Compreensão para o não-entendido.

A minha história é mais que voz. Ela é o filtro indicador

Das horas nuas da vida.

Palavras desencontradas brotam de dentro de mim neste

Momento.

Parece saírem de uma cascata caudalosa que se precipita

Nas pedras da vida.

É como o magma que emerge do ventre da terra

Terrificantemente pastoso, mas que vira pedra quando enfrenta

A realidade climática externa.

O viajor da história me faz ter espasmos diante dessa

incógnita chamada vida.

Apenas reflexão... nada mais.


Por Carlos Antônio M. Albuquerque

Data: 27/12/2003 14:59:15, sábado.

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