
Enquanto o presidente esbanjava felicidade na capital londrina, trocando elogios com o “new brasileiro” Barack Obama ( “Se você encontrar Obama no Rio, vai pensar que ele é carioca, se encontrar em Salvador, vai pensar que é baiano...” disse Lula), a dona de um conhecido restaurante de Brasília tentava desesperadamente internar a mãe de 89 anos em um também conhecido hospital particular. Apesar do encaminhamento médico de emergência, ela rodou a noite toda em busca de UTI e só conseguiu vaga no começo da tarde do dia seguinte. Mas esbarrou numa exigência insólita: o hospital só internaria se a senhora desse entrada no estabelecimento dentro da UTI móvel. “Quer dizer que tenho que pagar uma UTI móvel só para minha mãe dar uma volta no quarteirão e poder entrar no hospital?”, disse ela, perplexa.
Na outra ponta da cidade, enquanto isso, uma mulher de 30 anos de idade, três filhos, moradora de Brasilinha com emprego no Plano voltava de maus um round da via-crúcis que enfrenta desde janeiro, tentando retirar um caroço que não para de crescer no olho direito e depende de cirurgia tão simples quanto inalcançável para trabalhadores sem plano particular de saúde. A moça, como milhares país afora, virou um número na burocracia que lhe tira o sono e não lhe dá solução. Em Planaltina de Goiás, conseguiu uma data para a próxima consulta – em julho! No DF, a ordem é aguardar. A vantagem do sarro que Lula tirou com o FMI foi todos saberem que dinheiro nós temos. Porque chique mesmo, presidente Lula, seria usá-lo para dar ao sofrido povo brasileiro a saúde e a atenção que ele merece.
VELOSO, Valéria. Que chique, hein? Correio Braziliense. Caderno Opinião. Brasília –DF, terça-deira, 7 de abril de 2009.
2 comentários:
Carlos, você é irmão do Everaldo?
Sou um amigo de longa data. Tu poderias me passar o contato dele?
Desde já agradeço e parabéns pelo espaço
Danilo, sou sim, o irmão do Everaldo. Deixe aqui o seu e-mail que transmito a ele e aí ele entra em conato com você!
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