terça-feira, fevereiro 09, 2010

Metafísica abolida – materialismo radicado.

Se algum homem de uma civilização

Passada viesse a nos visitar ficaria assustado.

Constataria que geramos os mais

Estranhos e bizarros empreendimentos.

Criamos um estilo de vida de

Ebriedades e vícios fetichistas.

A divindade constituída é a matéria.

Esta deidade impele, molda os desejos.

Os homens nunca se saciam.

Os encantos constituídos criaram

Uma dependência e muitas necessidades.

Tem-se uma síndrome fáustica.

A inocência foi perdida.

Todos os regalos, todas as orgias,

Lubricidade e sofreguidões

Não saciam as intenções individuais.

Afastados um dos outros,

Somos galáxias solitárias.

Desaprendemos a falar.

O ouvir já não é mais uma virtude.

Quando se caminha pelas largas avenidas

De pedra, nota-se a opacidade de cadáveres vazios.

Conectados à grande teia.

Um nó nos amarra.

Um universo frio, programado,

Feito por processamento media as nossas relações.

O frio leitoso, imparcial.

Temos um novo tipo de sacerdote.

Uma esquizofrenia se apoderou de cada um de nós.

O que somos?

Em que nos tornamos?

A esfinge perguntaria ao homem de hoje:

“Qual é o ser que jamais se sente saciado,

Mesmo estando farto com todos os manjares do mundo?”

Tal pergunta seria muito óbvia.

A nossa gula é a doença que nos molesta.

Criamos fórmulas para a felicidade.

Ela é manipulável, desde que condicionada

A determinados parâmetros.

Vive-se uma tirania da felicidade.

E esta tornou-se cada dia mais rara.

Muitos não conseguem desembaralhar a fórmula

E acabam padecendo.

Esse viajor pensaria está entre habitantes de outro mundo.

A velocidade de nossas avenidas é uma

Metáfora de como conduzimos a própria vida.

Se o homem voltasse ao passado, escreveria em tábuas,

Em letras garrafais sobre tal endemia.

Enunciar-se-ia uma profecia para advertir os homens.

Esta permitiria criar novos rumos, novas rotas,

Uma nova vida, uma nova História.


Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque

Data: 17 de outubro de 2008.

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