Passada viesse a nos visitar ficaria assustado.
Constataria que geramos os mais
Estranhos e bizarros empreendimentos.
Criamos um estilo de vida de
Ebriedades e vícios fetichistas.
A divindade constituída é a matéria.
Esta deidade impele, molda os desejos.
Os homens nunca se saciam.
Os encantos constituídos criaram
Uma dependência e muitas necessidades.
Tem-se uma síndrome fáustica.
A inocência foi perdida.
Todos os regalos, todas as orgias,
Lubricidade e sofreguidões
Não saciam as intenções individuais.
Afastados um dos outros,
Somos galáxias solitárias.
Desaprendemos a falar.
O ouvir já não é mais uma virtude.
Quando se caminha pelas largas avenidas
De pedra, nota-se a opacidade de cadáveres vazios.
Conectados à grande teia.
Um nó nos amarra.
Um universo frio, programado,
Feito por processamento media as nossas relações.
O frio leitoso, imparcial.
Temos um novo tipo de sacerdote.
Uma esquizofrenia se apoderou de cada um de nós.
O que somos?
Em que nos tornamos?
A esfinge perguntaria ao homem de hoje:
“Qual é o ser que jamais se sente saciado,
Mesmo estando farto com todos os manjares do mundo?”
Tal pergunta seria muito óbvia.
A nossa gula é a doença que nos molesta.
Criamos fórmulas para a felicidade.
Ela é manipulável, desde que condicionada
A determinados parâmetros.
Vive-se uma tirania da felicidade.
E esta tornou-se cada dia mais rara.
Muitos não conseguem desembaralhar a fórmula
E acabam padecendo.
Esse viajor pensaria está entre habitantes de outro mundo.
A velocidade de nossas avenidas é uma
Metáfora de como conduzimos a própria vida.
Se o homem voltasse ao passado, escreveria em tábuas,
Em letras garrafais sobre tal endemia.
Enunciar-se-ia uma profecia para advertir os homens.
Esta permitiria criar novos rumos, novas rotas,
Uma nova vida, uma nova História.
Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque
Data: 17 de outubro de 2008.
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