sábado, outubro 05, 2013

Pensata matinal de início de mês


Um gracejo matinal! 

Viver em uma sociedade capitalista é ser enredado em algumas armadilhas. Estamos presos à cotidianidade. Naturalizamos um determinado estilo de vida. É como se não existisse outro. Introjetamos a ideia de que quanto mais consumimos, mais realizados nós somos. Tornamo-nos susceptíveis a forças coercitivas - sejam elas reais ou simbólicas. Uma delas é o fetiche da mercadoria. Atualmente, o cartão de crédito é uma espécie de "passagem" para o mundo da possibilidade. O cartão possui um poder simbólico, pois quando o usamos, não temos uma noção imediata dos estragos a que estamos sujeitos. É como se adiássemos a prestação de contas e isso gera uma satisfação - pelo menos um apaziguamento na consciência. Todavia, lá no início do mês, os diques da realidade são rompidos e acabamos nos afogando em meio às exigências das instituições financistas. O salário exíguo vai embora. Escoa com a celeridade de um rio caudaloso. E aí, entramos mais uma vez, numa ciranda: consumimos e trabalhamos com o objetivo de quitar as obrigações criadas pela mercadoria. É o círculo nefasto, a roda-viva. E aí surge a pergunta: a vida é somente isso?

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