terça-feira, junho 24, 2014

Ponto de vista!

Lendo o texto abaixo eu pude perceber e refletir um pouco mais sobre o quanto não existe isenção naquilo que é trabalhado pelos figurões da publicidade e do jornalismo nativo mal intencionado. Olho de soslaio para a Copa. Fujo dessa histeria que foi construída em torno do mundial. Todavia, o brasileiro em geral oscila entre a euforia e uma visão depreciativa do seu país. Tal "complexo negativo" é uma consequência do nosso processo de formação. Se analisarmos a nossa constituição, perceberemos que a nossa identidade enquanto sociedade foi formada por uma lógica exploratória. A nossa colonização não aconteceu com o propósito de que formássemos uma coesão em torno de projetos, intenções, sonhos e esperanças. Fomos explorados, expropriados daquilo de que melhor possuíamos. Deve ser levando em conta ainda que uma elite patrimonialista e analfabeta sempre se utilizou do Estado para fins próprios. Essa elite sempre buscou viver "uma Idade Média", ou seja, sempre buscou "feudalizar" as relações históricas e tirar vantagens disso. E ela ainda está aí! Os barões da mídia vêm daquelas antigas famílias que sempre viram esse país como uma "ilha" atrasada para as suas maracutaias, como trabalha tão bem o cineasta Glauber Rocha no seu raivoso "Terra em Transe". Essa mesma elite tira proveitos do poder de alcance que as informações têm em nosso momento histórico, para inventar factoides e tirar vantagens políticas. Analise-se o nome das famílias que são detentoras do meios de comunicação e pode se perceber que elas se ligam aos antigos coronéis da Colônia. Ultimamente, a grande moda foi, desde julho do ano passado, quando começaram as manifestações, que "murcharam" justamente por não ter um projeto, uma pauta política, falar mal do país. Já se aprendeu historicamente que revolução não se faz sem um projeto de coesão, sem uma operação sistemática de ideias com uma finalidade explícita. Apenas um ajuntamento de pessoas atomizadas não gera mudanças, caindo consequentemente na anarquia como vimos. Pois, a mídia tem explorado ao máximo esse episódio, pois com isso ela alcança três objetivos: (1) enfraquecer o governo da Dilma Rousseff e do PT. Deve ser ressaltado que a esquerdopatia e o antipetismo atual são justamente resultado desse trabalho. (2) cria uma imagem negativa do Brasil para o mundo, confirmando sua tese histórica de que somos "um povinho incivilizado"; e que aqui só temos Carnaval e Futebol. (3) sua militância resulta em lucros e em uma sociedade que não toma consciência de si e, com isso, a hegemonia dela fica preservada. Nesses dias de Copa, já passei pelos aeroportos de Brasília, Congonhas, Porto Alegre e Guarulhos e não vi o caos propalado pelos "cavaleiros do apocalipse". Pelo contrário, vi muitos estrangeiros admirados - coreanos, argelinos, equatorianos, nicaraguenses, etc. É terrível quando não nos conhecemos. Isso acaba fazendo com que não nos valorizemos. Quando isso se dá, tornamo-nos alvos fáceis para sermos cooptados politicamente e filosoficamente. Um país capaz de desligar a TV e ligar sua atenção na programação da sua história, tem tudo para promover mudanças consideráveis. Afinal, como diz a música da Nação Zumbi: "A revolução não vai passar na TV". Isso não traria solução a todos os nossos problemas, mas nos daria paz para construirmos uma sociedade diferente. Abaixo, um belo texto"

"Parte do que dizem de nós não está sob nosso controle. Mas é possível trabalhar a imagem do país no nível da influência e da reputação. Como fazem pessoas e marcas. O Brasil é uma marca. Que nós, os donos dela, temos tratado muito mal. Imagine o dono de um produto que vibra mais quando falam mal do seu produto do que quando falam bem dele. Esses somos nós".


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