A mídia burguesa precisa construir heróis para que os setores
conservadores tenham uma sensação de que a justiça está sendo feita.
Todavia, todo Aquiles possui um calcanhar... O que a mídia não fala é
que a luta de classes tem lado. De um lado os trabalhadores, que
precisam de mobilização, organização; do outro, todo o aparato que
legitima esse estado de coisas da ordem burguesa (a mídia nos seus mais
variados formatos a destilar consensos, empresários, setores do Estado -
Polícia Federal, Judiciário, Ministério
Público, que são instâncias em que "os embaixadores das elites" se
estabelecem para subverter as garantias constitucionais) -, os rentistas
etc. No Legislativo, boa parte dos parlamentares são meninos de negócio
do capital. No meio disso tudo está a classe média "fascinada" com essa
cantilena de força tarefa anticorrupção. A corrupção deve ser vista
como elemento antropológico no Brasil. Deve ser estudada, debatida,
pesada, avaliada. Não é um sujeito que vai erradicá-la.
O que está em
jogo é a implosão do Estado Democrático de Direito, construído a duras
penas. O que está em jogo ainda é uma dura ofensiva conservadora
neoliberal que virá com fúria total contra os trabalhadores e contra os
direitos trabalhistas. Lembrem-se de que o projeto da terceirização está
guardado "em banho maria". Ainda não foi completamente derrotado. Que o
desejo da FIESP é a derrocada da CLT; a morte dos direitos que ainda
dão dignidade ao trabalhador - 13° salário, férias, seguro desemprego
etc; que o PSDB, o partido com mais chances de assumir a presidência
caso o PT saia de cena, foi majoritariamente favorável ao projeto quando
este foi votado na Câmara. A classe média não consegue enxergar que a
gravidade impele para baixo todo corpo que é jogado para cima. Uma pedra
atirada para o alto, pode voltar sobre a sua própria cabeça. É só olhar
para o lado e perceber o que Macri tem feito com a Argentina. Mais de
30 mil servidores públicos já foram demitidos; arrocho; aumentos
desordenados para favorecer o grande capital. O capital precisa de
crises para se fortalecer. Todas as vezes em que há crises, quem perde
são os trabalhadores que precisam voltar a rolar a pedra para tentar
subir a montanha como no mito de Sísifo.
P.S. Como disse alguém, há alguns anos atrás foi o Joaquim Barbosa.
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