
Esses gestos tão raquíticos.
Essas mãos enfermas.
Os lábios já não sussurram palavra.
Os beiços gretados da alma espera
Por uma chuva vã.
Minhas pernas frias estão quietas, inertes.
O corpo nem aquece e nem é aquecido.
Eu não era dono desses olhos cansados.
Desses sentimentos que são mais dor,
Do que qualquer coisa.
Em meu interior não havia esse turbilhão
De vontades serenas e contidas,
O crepitar magnético da desordem dessa ordem.
Os anos passaram e trouxeram a alegria
Inexpressiva.
A certeza dos gestos sem força.
A incerteza que vomita sua pujança.
Já não sei dar por mim.
A minha face cansada e cadavérica descansa.
Está aguardando o próximo
Bonde na encruzilhada da vida.
Talvez ele não passe.
Eu já não sei o que fizeram de mim;
Eu já não sei o que fiz de mim.
Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque
2 comentários:
Damu pa kmu to?.. Nano ni klase blog man?
It could widen my imagination towards the things that you are posting.
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