
Ando numa fase na qual as minhas mais firmes convicções em torno do absoluto têm sido repensadas, remodeladas. Construo diariamente uma posição que se aproxima cada vez mais da independência da fé institucional. Ou seja, aquela fé cega, não reflexiva, que é resultado de uma moral de rebanho; uma fé infantilizante; que enfeia o mundo e o transforma num espectro desolado, cujas verdades estão prontas e são capazes de silenciar qualquer postura dialética. Aliás, não existe dialeticidade na fé, já que sua base epistemológica é dualista - é e não é. E ao contrário, penso que o mundo é um belo instrumento onde estão adormecidas as mais belas e suaves melodias. Quando li na orelha no livro as palavras abaixo, mais se aguçou a minha vontade de ler a obra:
"Durante milênios, deram ao absoluto o nome de Deus; após a Revolução Francesa, ele foi trazido à Terra sob a forma de nação, depois de Classe ou Raça. Hoje, vários são aqueles que não se reconhecem nessas formas religiosas e políticas sem, no entanto, pretenderem renunciar ao absoluto. Que cada indivíduo, então, faça sua busca, invente seu caminho.
Três grandes artistas do passado recente, Oscar Wilde, Rainer Maria Rilke e Marina Tsvetaeva, situaram essa aventura no íntimo de suas existências. Insatisfeitos em criar obras inesquecíveis, puseram suas vidas a serviço do belo e da perfeição. Essa busca, porém, conduziu o primeiro à decadência física e psíquica, o segundo à profunda depressão e a terceira ao suicídio". Magistral!
2 comentários:
Por coincidência, comecei a lê-lo hoje, emprestado de um amigo.
Que bom, Charlles!
Depois de sua leitura não deixe de escrever um comentário sobre o livro lá no seu blog. Isso permitirá que eu aprenda um pouco mais.
Abraços!
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