O The Doors foi um banda que representou uma época. Jim Morrison, essa figura icônica, foi o profeta de uma geração; aquele que percorreu pelas estradas dos sentidos. Uma personalidade maldita; um poeta rebelde que renunciou às convenções e experimentou uma espécie de romantismo byroniano. Viveu a maldição de flertar com o infinito e ser tragado pelo abismo. É como se ele dissesse: "Alguns nascem para mergulharem na massa; já, outros, nascem para se esconderem na noite imensa da existência".
É no simbolismo de sua poesia repleta de sentidos abismais que me perco. Já ouvi esta música Crystal Ship muitas vezes no dia de hoje. A voz bela, erótica, veludosa, melancólica, de Jim Morrison, embala-me como se eu estivesse caminhando numa auto-estrada e minhas pernas tivessem controle sobre o meu corpo.
Ou como diz Fernando Pessoa em versos que deveriam ser musicados:
Ó naus felizes, que do mar vago
Volveis enfim ao silêncio do porto
Depois de tanto noturno mal -
Meu coração é um morto lago,
E à margem triste do lago morto
Sonha um castelo medieval...
Abaixo, alguém falando (eu mesmo, quando estive na casa da minha avó - Pernambuco - 13/01/2013) saudosisticamente... uma espécie de devaneio inevitável. O meu corpo não aparece. Apenas a voz.
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