terça-feira, fevereiro 12, 2013

Uma pensata... um devaneio... uma constatação

Assisti a este documentário há pouco. Uma verdadeira aula sobre o mistério inextricável do surgimento do universo, da vida e o destino de todas as coisas. Ao final do documentário, resta-nos uma sensação de humildade. Uma percepção de que somos aquilo que Carl Sagan afirmou: "A consciência do cosmos". Pois a nossa condição de seres pensantes, dá-nos o privilégio para que entendamos que as mesmas moléculas que estavam nos milésimos iniciais do surgimento do universo, estão em nosso corpo e, quando dia um desaparecermos desse lindo planeta, por conta dos processos entrópicos subjacentes ao cosmos, restará o universo, que poderá também chegar ao fim. Isso é belo. É lindo! E nos dá uma missão fantástica. É preciso olhar para cima e nos espantarmos com esse halo tênue e terrível que nos envolve nesse grande mistério que é o nosso destino. O nosso destino depende do universo. Não somos maiores do que ele. Somos a poeira das estrelas. O resultado inevitável da dialética do caos primordial. Ou como dizia Pascal: "Caniços pensantes!" 

Esse é um tema que sempre suscitou em mim uma sensação maravilhosa de espanto e curiosidade. Talvez, estes devam ser os efeitos causados por aquilo que é grande, maior do que a gente. Pascal tem uma outra célebre frase que explica esse pasmo: "O silêncio desses espaços infinitos me apavora". Existimos contingentemente.  Somos matéria, mas também somos uma consciência que pensa; que sabe que está consciente. Um ser complexo e ao mesmo tempo frágil em sua constituição material. O espírito de vida que habita em nós murcha com o tempo e voltamos a nos integrar aos elementos orgânicos da matéria. Os poemas sagrados dos judeus afirmam: "Tu és [homem] pó; e ao pó voltarás". Essa percepção nos torna suscetíveis a pensamentos errantes e devaneios enormes. Emula fascínio e pessimismo. Esse fato direcionará as minhas próximas leituras: A teia da vida (Fritjof Kapra); Do sentimento trágico da vida (Miguel Unamuno); Pensamentos (Pascal). 

Abaixo, o maravilhoso documentário do History Channel:




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