quinta-feira, novembro 01, 2018

Um comentário...

Curiosamente, as reportagens que são feitas nunca colocam a fala de alguém que se opõe à suposta quebra da previdência. Observem. Só há falas afirmando que a previdência está em colapso. É como se o trabalhador fosse o responsável pelo rombo nas contas públicas. Não há a explicação, por exemplo, sobre onde está localizada e o que é a previdência e como ela é sustentada. A previdência é apenas umas das pernas da Seguridade Social, que compreende a assistência social, a saúde e a previdência social. Quando os constituintes de 88 criaram a Seguridade Social, pensaram sobre ela iria se manter. Então, entraram os seguintes personagens: o trabalhador contribui com parcela do salário (INSS); os empregadores pagam o CSLL (imposto sobre o lucro) e o imposto sobre a folha; e toda a sociedade com a COFINS (imposto embutido sobre tudo o que se adquire). Então o que acontece? O governo maquia as contas. Em primeiro, lugar há uma separação. 

A previdência é colocada de lado, transparecendo o seu peso para o equilíbrio das contas públicas. Por que eles não falam que as contas da saúde estão quebradas ou da assistência - pelo menos por enquanto? Pelo simples fato de que os valores da previdência não podem ser canalizados para outros setores. São gastos vinculados, condicionados. Eles não podem desviar para pagar, por exemplo, os juros da dívida pública. Paulo Guedes disse que o Brasil reconstrói uma Europa todos os anos com os juros da dívida. Ele é um grande hipócrita, pois, ele, como banqueiro, lucra justamente disso. Assim, o governo quando vai fazer a conta, utiliza apenas a arrecadação do INSS. Ou seja, o que é arrecadado da contribuição dos trabalhadores. Desse jeito, a conta não fecha mesmo. E outra, o governo adora fazer desonerações para as grandes empresas. Em grande sentido, atualmente, somente os trabalhadores mantêm a previdência. 

A desculpa para a reforma nos moldes que eles querem fazer é rasgar o preceito constitucional da solidariedade. Atualmente, ela é mantida a assim. Quem trabalha, paga para aqueles que já estão aposentados. Mas, chegará o dia em que nos aposentaremos e aí as gerações mais novas contribuirão para que as aposentadorias sejam mantidas. A Manu, o Bernardo, o Miguel serão os responsáveis pelas nossas aposentadorias, se tudo se mantiver como está. O que o novo governo que fazer é acabar com este princípio. Primeiro, quer tirar das empresas o imposto sobre a folha e desobrigá-las a qualquer tipo de contribuição. O governo vai chegar para cada um e falar: "Queridão, você quer se aposentar?. Então faz uma capitalização". O trabalhador vai retrucar: "Mas eu ganho pouco. Como eu vou pagar?" O governo vai responder: "Paga o que você pode". Ou seja, a capitalização vai ser injetada em um banco e o banco vai transformar em papel e aplicar no mercado financeiro para gerar lucro". No fundo, há uma grande mentira por parte do governo para tirar dos empresários qualquer compromisso e, dele mesmo, qualquer despesa com o trabalhador. O fundo público vai ser revertido para pagar os papéis dos juros da dívida.

Um comentário:

Liovânio disse...

Para cada 100 possíveis trabalhadores, 50 podem ter se aposentado, uns 30 estão lutando por emprego (trabalhando), uns 15 já nasceram com alguma habilidade (uns 11 nunca foram reconhecidos, pois não tiveram condições de bancar uma faculdade) e outros 5 fizeram uma faculdade e nem todos conseguiu um emprego;
Numero de nós BRhuehue= 35-11-50 (para cada 100000 mil habitantes)
Numero para cada 100 habitantes= 50 aposentados - 44 e daqui algum tempo a conta não fechará, porque o trabalhador tem medo de procriar, então...

Antes se tinha uma média de 2 a 5 filhos por família, hoje nós só temos 1 filho para cada família, como a previdência será mantida?