terça-feira, julho 20, 2021

"Deus é mulher e o seu nome é Petúnia"

"Deus é mulher e o seu nome é Petúnia" é um filme macedônio de 2019, dirigido por Teona Strugar Mitevska. Este é o quinto longa da diretora. A Macedônia é um país de história bastante complexa, que remonta à Antiguidade. É a terra de nascimento de Alexandre o Grande. A Macedônia de hoje é um país que conseguiu independência em 1991, junto com outras nações, após o fim da Iugoslávia. É um país que pratica o cristianismo ortodoxo e possui certas tradições como qualquer país. Pois é nesse país longínquo dos Balcãs, que vive Petúnia - formada em história, desempregada, 32 anos de idade, gorda, mulher; segundo a mãe, havia passado da idade de casar. 

Certo dia, após voltar de uma malsucedida entrevista de emprego - o entrevistador comete um aliciamento e, em seguida,  humilha-a - Petúnia faz algo que foge aos convencionalismos. Todos os anos, um clérigo da Igreja Ortodoxa joga uma cruz do alto de uma ponte. Somente os homens podem pular para pegar o objeto santo. Segundo o costume, quem pegar a cruz terá uma ano afortunado. Desenganada, humilhada pela experiência, Petúnia pula inopinadamente e pega o objeto. O ato de Petúnia se constitui em um sacrilégio. Os homens tentam arrancar a cruz, mas ela consegue escapar. Quando ela menos percebe, todos estão contra ela - a família, a igreja, a polícia (que representa o braço do Estado machista) e a sociedade, pois passa a ser hostilizada, principalmente pelos homens que pularam para pegar a cruz. Um baita filme sobre a condição da mulher numa sociedade patriarcal e como as estruturas e instituições contribuem para manter certas tradições que oprimem.

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