quarta-feira, janeiro 01, 2025

O cinema em 2025 - Federico Fellini

 

No ano de 2025, escolhi o cineasta italiano Federico Fellini como o diretor a ser visitado e aprofundado. Já faz cinco anos que repito o mesmo procedimento: escolho um diretor e, em seguida, seleciono doze produções desse diretor. É um exercício bastante enriquecedor. Fazendo uma contabilidade bem básica, posso afirmar que já vi mais de quarenta clássicos imortais dessas figuras icônicas, que foram criadores de uma linguagem muito própria. Aliás, procuro sempre levar em conta esse critério para escolher qualquer nome.

Comecei com Tarkovski (2020); em seguida, passei por Bergman (2021); depois, Kurosawa (2022); logos após, Buñuel (2023); e, ano passado, Truffaut (2024). A dificuldade se deu apenas com Tarkovski, pois sua obra fílmica não passa de oito produções. Mas, pode-se afirmar que são oito galáxias pela grandiosidade.

A escolha de Fellini se deu pela importância que ele possui. Já tive o grato privilégio de assistir a algumas de suas produções – Noites de Cabíria, A doce vida, A estrada da vida, Ensaio de orquestra e 8 ½. É o que me vêm à memória. A estrada da vida e 8 ½ são produções que deve aparecer na lista de todo amante do cinema. São obras em que percebemos a grandiosidade e o olhar único do diretor. A doce vida é o diagnóstico deletério da sociedade do espetáculo. É sublime em suas luzes; mas denuncia a frivolidade. Uma crítica fina, mordaz, áspera ao jornalismo vampiresco de celebridades; ao desejo moderno por exposição. Por trás da aparência, do espetáculo, havia o niilismo e vazio. O que Fellini diria se tivesse conhecido o efeito brutal das redes sociais na vida das pessoas nos dias de hoje? E Noites de Cabíria possui as tintas do drama bonito, italiano em sua dimensão mais ontológica; há um humanismo dignificador e esperançoso em sua abordagem. Já Ensaio de orquestra é uma comédia refinada. Uma crítica ao totalitarismo. Por outro lado, é uma demonstração da resistência dos grupos divergentes.

Por fim, as cinco obras foram responsáveis por sedimentar profundidade e uma qualidade do olhar. Não é possível sair de um filme de Fellini sem que a dimensão do político, da infância e do onírico não estejam presentes. Por causa desse efeito, criou-se o adjetivo felliniano para representar algo que possua características que fujam ao comum, cuja grandiosidade impressione pela eloquência que evoca.

Sendo assim, escolhi doze obras para ver ao longo de 2025. Dos doze, assisti somente a dois deles. Eis a lista:

1.       Amacord

2.       Os boas vidas

3.       A trapaça

4.       Julieta dos espíritos

5.       Abismo de um sonho

6.       Os palhaços

7.       Mulheres e luzes

8.       8 ½

9.       Noites de Cabíria

10.   Satyricon

11.   A cidade das mulheres

12.   A voz da lua


Minha intenção, ao longo de 2025, é assistir a 70 filmes. Ano passado, consegui cumprir a meta.

1.       Curvas da vida – dir.

2.       Megalopóle -