No ano de 2025, escolhi o
cineasta italiano Federico Fellini como o diretor a ser visitado e aprofundado. Já faz cinco
anos que repito o mesmo procedimento: escolho um diretor e, em seguida,
seleciono doze produções desse diretor. É um exercício bastante enriquecedor.
Fazendo uma contabilidade bem básica, posso afirmar que já vi mais de quarenta
clássicos imortais dessas figuras icônicas, que foram criadores de uma
linguagem muito própria. Aliás, procuro sempre levar em conta esse critério
para escolher qualquer nome.
Comecei com
Tarkovski (2020); em seguida, passei por Bergman (2021); depois, Kurosawa
(2022); logos após, Buñuel (2023); e, ano passado, Truffaut (2024). A
dificuldade se deu apenas com Tarkovski, pois sua obra fílmica não passa de
oito produções. Mas, pode-se afirmar que são oito galáxias pela grandiosidade.
A escolha de
Fellini se deu pela importância que ele possui. Já tive o grato privilégio de
assistir a algumas de suas produções – Noites de Cabíria, A doce vida, A estrada da
vida, Ensaio de orquestra e 8 ½. É o que me vêm à memória. A
estrada da vida e 8 ½ são produções que deve aparecer
na lista de todo amante do cinema. São obras em que percebemos a grandiosidade
e o olhar único do diretor. A doce vida é o diagnóstico
deletério da sociedade do espetáculo. É sublime em suas luzes; mas denuncia a
frivolidade. Uma crítica fina, mordaz, áspera ao jornalismo vampiresco de
celebridades; ao desejo moderno por exposição. Por trás da aparência, do
espetáculo, havia o niilismo e vazio. O que Fellini diria se tivesse conhecido
o efeito brutal das redes sociais na vida das pessoas nos dias de hoje? E Noites
de Cabíria possui as tintas do drama bonito, italiano em sua dimensão
mais ontológica; há um humanismo dignificador e esperançoso em sua abordagem. Já Ensaio
de orquestra é uma comédia refinada. Uma crítica ao totalitarismo. Por
outro lado, é uma demonstração da resistência dos grupos divergentes.
Por fim, as
cinco obras foram responsáveis por sedimentar profundidade e uma qualidade do
olhar. Não é possível sair de um filme de Fellini sem que a dimensão do
político, da infância e do onírico não estejam presentes. Por causa desse
efeito, criou-se o adjetivo felliniano para representar algo que possua características
que fujam ao comum, cuja grandiosidade impressione pela eloquência que evoca.
Sendo assim,
escolhi doze obras para ver ao longo de 2025. Dos doze, assisti somente a dois
deles. Eis a lista:
1.
Amacord
2.
Os boas vidas
3.
A trapaça
4.
Julieta dos espíritos
5.
Abismo de um sonho
6.
Os palhaços
7.
Mulheres e luzes
8.
8 ½
9.
Noites de Cabíria
10.
Satyricon
11.
A cidade das mulheres
12.
A voz da lua
Minha
intenção, ao longo de 2025, é assistir a 70 filmes. Ano passado, consegui
cumprir a meta.
1. Curvas da vida – dir.
2.
Megalopóle -