Relações melífluas, sanguinárias.
Encontros que antecipam com densidade
O desencontro.
Apertos lestos, insanos, fugazes.
Idas e vindas que se sucedem
Com regularidades desafiadoras.
A malha fina do desejo que não
Consegue penetrar no território
Guarnecido de sentinelas do orgulho,
O desejo que não avança.
Perdido na incontinenti questão de
Não ir e se deixar levar.
Na distância mais próxima está a
Possibilidade aguda do conserto.
Mil outros concertos tocam aqui
Dentro e dizem: “Vai”.
Os pés não obedecem o desejo
Ralo, que se dissipa, torna-se
Fumaça, vai ganhando o vazio
Numa ascensão gasosa.
As palavras selvagens que defloram
O silêncio.
OS lábios convulsos, trêmulos
Que não acertam ou concatenam
Um sentido sequer no gesto vocabular.
O cansaço espraia-se, derrama-se
Pelos territórios inteiros do ser possível.
O desejo continua suas investidas esperançosas.
Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque
Data: 30 de junho de 2008.
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