segunda-feira, setembro 15, 2008

Amores brutos

Amores brutos, ternamente intensos.

Relações melífluas, sanguinárias.

Encontros que antecipam com densidade

O desencontro.

Apertos lestos, insanos, fugazes.

Idas e vindas que se sucedem

Com regularidades desafiadoras.

A malha fina do desejo que não

Consegue penetrar no território

Guarnecido de sentinelas do orgulho,

O desejo que não avança.

Perdido na incontinenti questão de

Não ir e se deixar levar.

Na distância mais próxima está a

Possibilidade aguda do conserto.

Mil outros concertos tocam aqui

Dentro e dizem: “Vai”.

Os pés não obedecem o desejo

Ralo, que se dissipa, torna-se

Fumaça, vai ganhando o vazio

Numa ascensão gasosa.

As palavras selvagens que defloram

O silêncio.

OS lábios convulsos, trêmulos

Que não acertam ou concatenam

Um sentido sequer no gesto vocabular.

O cansaço espraia-se, derrama-se

Pelos territórios inteiros do ser possível.

O desejo continua suas investidas esperançosas.

Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque

Data: 30 de junho de 2008.

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