terça-feira, novembro 25, 2008

Coisas V

Estou tremendamente abalado nas bases

Que sustentam o mundo do meu ser.

Alguém disse que temos que

Está atentos para o brotar do novo na vida.

Mas o vazio, a tristeza e agonia circulam na órbita

Desarmônica do meu coração.

São entes satélites.

Eu só queria está mais atento para prestar atenção

A esses reveses desordenados.

São convulsões trépidas.

São descontínuos nervosismos que germinam

Em sinal de ânsia e solidão.

Talvez seja aquele rosto anêmico que está se

Escondendo por trás daqueles móveis velhos

Lá naquela sala isolado num canto da minha alma.

São apenas coisas sem brilho ou sem graça,

Talvez a ponta deste istmo continental, sem barreiras,

Sem fronteiras ou sem qualquer delimitação aparente.

Eu apenas me seguro nos fiapos de alegria que são

Tão tênues, tão incipientes.

Pareço estar na ante-sala que me leva a algum lugar.

Talvez este lugar não tenha fundo, não tenha paredes

Separatórias ou termo.

São apenas palavras que evocam algumas coisas.

Apenas coisas que não sei dá nome ou classificar

Com termos humanos e científicos.

Apenas os sinto, apenas o vivo, apenas sou eu,

Por isso, sinto coisas.

Meu momento é especial porque não sei

Identifico-me entre as infinitas e ínfimas

Criaturas do cosmo.

Eu sou apenas mais uma criatura neste mundo.

Insignificante e desprezível em relação ao

Universo de tamanho impensável.

Mas tenho sentidos e ouço um noturno

De Chopin e por isso sinto coisas.


Por Carlos Antônio M. Albuquerque

Data: 30/7/2003 09:00:33, quarta-feira.

Nenhum comentário: