quarta-feira, dezembro 31, 2008

Ano Novo

As pernas passam apressadas lá fora.
Muitos sonhos e expectativas
Também são alimentados esta noite.
Conversas, viagens, confraternizações,
A gola aberta para a solidariedade.
O resto do ano é murro, é força,
É suor, é choro.
Rojões, fogos-de-artificio, estrondos;
Alaridos, gritos, sussurros.
O momento extremo.
É como se um dia, horas,
Tivesse o poder para nos fazer novos.
Somos os mesmos.
Mudam as disposições mentais.
Enquanto isso, esperanças são cosidas,
Tecidas, alinhavadas, costuradas, esta noite.
O mundo é um grande templo de sonhos.
Os olhos se levantam para o céu.
Brotam desejos do asfalto, da praia, do mar.
Promessas emuladas, cantadas.
Augúrios surgem em propulsão.
Os homens sonham.
A matéria invisível do tempo
Insere novas possibilidades.
É como se os minutos, as horas, os dias,
Fizesse caducar um ano inteiro de frustrações
E descontentamentos acumulados.
Esses rituais são necessários para
Deixarem os homens vivos.
Amanhã uma nova estação surgirá
Para que pensemos no ponderável.
Começa a novidade, a possibilidade virgem.
Essa página branca será borrada pelo uso:
Luta, murro, suor, lágrimas.
E tempo trará os minutos, as horas,
Os dias, os meses, o ano novo.

Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque
Data: quarta-feira, 31 de dezembro de 2008, 11:22:01.

Nenhum comentário: