domingo, janeiro 16, 2011

O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman

Terminei de assisti, hoje pela manhã, ao filme O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman. E que filme! Deter-me-ei em uma outra ocasião numa reflexão mais consistente. Talvez nesse momento, minhas palavras soem hiperbólico-poéticas em demasia para fazer jus à película. Terei que sair daqui a pouco. Bergman narra a saga de Antonius Block, em meados do século XIV, numa Europa devastada pela peste negra. A morte espreita Block. As cenas foram filmadas em preto e branco, evidenciando a aridez do ambiente condenado pela ignorância, pela fome, doença, supertições, ceticismo, loucura generalizada. Talvez seja esse o aspecto que impele mais beleza à obra. Nem por isso, o filme deixa de ser absurdamente poético. As paisagens nos impulsionam à imaginação. Campos enormes. Pedaços de planícies vazias. Praias imensas.

A discussão em torno da morte, dão à temática da obra um profundo debate sobre a existência, o silêncio de Deus, a morte e o sentido da vida. Antonius Block ao jogar com morte, deixa a mensagem de que a vida é um grande duelo. A nossa existência é feita de jogadas e num dado momento nós vamos perder. Não há como ganhar da morte. Ludibriar os seus intentos é vão. No filme não ouvimos a voz divina. As preces são direcionadas a ouvidos ocultos. Como numa das reflexões de Block. Diz ele que Deus é como uma criatura que se esconde no escuro e nunca responde. Ou: é difícil conceber a Deus, pois ele se esconde por trás de uma neblina de vagas promessas.

Abaixo, um pequeno trecho, um dos diálogos mais belos e atordoadores do filme. Antonius Block dialoga com a morte sobre o sentido da vida, Deus e a própria morte:

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