sexta-feira, julho 08, 2011

Os Imperdoáveis - mais que imperdoável

Após assisitir a Os Imperdóaveis, ganhador do Oscar de melhor filme de 1992, pela segunda vez fiquei com uma sensação de extravagância. Não no sentido negativo. O filme inteiro é um blues, daqueles bem dramáticos, repletos de sentimento. O vídeo abaixo mostra uma das últimas cenas da obra. Clint Eastwood (diretor e personagem principal da película) é um pistoleiro aposentado. Seu passado é nebuloso, rico em excessos e crueldades. Aposenta-se da pistolagem por causa de uma mulher que o redime. Vive num rancho decadente com dois filhos, numa condição de penúria. A mulher morrera. Mas é balançado pela proposta de mil dólares. Um jovem ("Kid", personagem cômico e fanfarrão) o convoca para a empreitada: matar dois sujeitos que retalharam uma prostituta. William Munny, como é chamado Clint no filme, ainda chama seu amigo Ned, papel feito por Morgan Freeman. O filme é repleto de silêncios e planícies extasiantes. O vento do oeste sopra. As feições de Clint Eastwood de homem cruel são geniais.

Mas o amigo de William Munny é morto de forma implacável. Munny que há muito não bebia, decidiu beber. E aí temos a cena abaixo que é um retrato épico de um excelente western. Clint Eastwodd está impecável no papel de William Munny. Sua abordagem mítica sobre a alma do oeste merece todos os adjetivos possíveis. O diálogo mais extraordinário da cena é quando Munny enuncia para os sujeitos amofinados dentro do bar: "Quem não quiser morrer, saia pela porta dos fundos". Como disse acima, alguém deveria fazer um blues sobre isso.


Um comentário:

Ernesto D.C. disse...

Muito bem escolhido o trecho do filme. Um momento brutal e memorável... É estarrecedor quando Clint sai do bar pra chuva e o sub-delegado não atira, paralizado diante do mito.
Por coincidência reví esse filme pela quinta ou sexta vez faz poucas semanas...