Goya foi um pintor sensacional. Viveu no século XVIII em uma época de mudanças. Era sensível aos acontecimentos de sua época. Pintou quadros inquietantes e que, de alguma forma, imprimiram uma admiração profunda pela sua obra. O quadro acima se constitui em um desses momentos sensacionais. O quadro é uma antecipação àquilo que ficou conhecido em sua obra como "Os desastres da guerra" e as "Pinturas Negras".
"O colosso" é um óleo sobre tela (116x 105 cm). O que é curioso no quadro é a prevalência das cores escuras, de tonalidades sombrias e que transmitem uma ideia de pessimismo e apocalipse. As nuvens em tom cinzento escondem um musculoso e ameaçador gigante que passa por cima de montanhas e gera uma debandada de homens e animais que fogem sem direção. Aturdidos com tal cena, o caos se instala. Alguns vão para a esquerda; outros, para a direita. O que é curioso é que a ideia de desarticulação e anarquia da fuga, não pertuba um asno que permanece impassível com o acontecimento (no canto inferior esquerdo).
Alguns historiadores e críticos sustentam que o quadro tinha uma intencionalidade clara: criticar as invasões napoleônicas em solo espanhol. O gigante seria Napoleão que, assim como na pintura tem o punho levantado com intentos agressivos, traria o caos e a guerra. A debandada desorganizada seria o estado em que ficaria o país. O asno imperturbável representaria Fernando VII e a nobreza que permaneceriam apáticos e inamovíveis em sua condição não resiliente. Simplesmente genial esta pintura!
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