sábado, janeiro 04, 2014

Tudo russo.

Dmitri Shostakovich
Adoro a força marcial das obras dos compositores russos - principalmente de Tchaikovsky e da inquietação existencial de Shostakovich. Há uma angústia, uma senso trágico nesses trabalhos; uma evocação da desolação; um flerte macabro com a dor; um cinzel que estilhaça a esperança e desfralda a bandeira da agonia. Tudo urdido por meio da força. A orquestra a avolumar o paroxismo dos saracoteios espasmódicos da desolação. Afinal, de onde vem esse vagido de agonia? É só observar essa desolação, esse dia escuro nas obras de Shostakovich, Tchaikovsky, Korsakov ou Glazunov. Quando não há a angústia, existe a força; quando não existe a força, existe um devaneio impregnado de aflição. E, às vezes, as tudo está vincado, justaposto, abraçado.

Piotr Ilitch Tchaikovsky

É só observar, por exemplo, a força presente na Marcha Eslava, de Tchaikovsky; ou na fúria irônica e cínica do Concerto para cello de Shostakovich; ou ainda na beleza trágica da Abertura Romeu e Julieta, Tchaikovsky; ou na desolação acabrunhante do Concerto para violino, Shostakovich. Obras não faltam - as sinfonias e os quartetos de cordas de Shostakovich; a maravilhosa Sinfonia Patética de Tchaikovsky; as obras ululantes de melancolia de Glazunov; a energia metalizada de Rymsky-Korsakov etc

E isso não está presente apenas na música. Está espargido na literatura - Dostoiévsky, Tolstói, Gogol, Maikovsky, etc.Mas isso já é outra história.

Adora a alma russa.

Tchaikovsky, Marche Slave Op.31 Evgeni Svetlanov


Tchaikovsky, Romeo e Juliet, Gergiev, London Symphony Orchestra

Shostakovich: Cello Concerto n.1 op.107 - Mischa Maisky - 1st mvt.

David Oistrakh "Violin Concerto No 1" Shostakovich

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