quinta-feira, março 06, 2014

Para ouvir Ad Infinitum

Daquelas músicas que grudam na superfície de sua mente e derrama uma dose venenosa de vício com humores piscodelicamente melancólicos.

3 comentários:

Ramiro Conceição disse...

Caro Carlinus,
no meio da canção há os seguintes versos…:
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“Between the iron gates of fate
The seeds of time were sown
And watered by the deeds of those
Who know and who are known
Knowledge is a deadly friend
If no one sets the rules
The fate of all mankind I see
Is in the hands of fools”.
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A tradução (da internet…: Carlinus, não possuo erudição em inglês para poesia, tenho apenas proficiência para textos técnicos, embora seja um pós-doutor em engenharia; limitações: cada um com as suas; e, ainda bem, sei das minhas!):
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“Através das portas de ferro do destino
Foram semeadas as semente do tempo
E regada pela ação daqueles
Que conhecem e que são conhecidos
Conhecimento é um amigo mortal
Se ninguém estabelecer as regras
O destino de toda humanidade, eu vejo
Está nas mãos de tolos.”
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Seguindo em frente…:
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“KNOWLEDGE IS A DEADLY FRIEND
IF NO ONE SETS THE RULES”
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Não tenho qualquer dúvida que esses versos, foram inspirados em Einstein… O cabeludo e linguarudo, como eternizado em nossa cultura judaico-cristã de signos, tinha extrema clareza do perigo da ciência e da tecnologia nas mãos de imbecis que, tal qual o tempo histórico demonstrou, espalharam-se por todos os recantos…: hoje, tem-se a tecnologia nuclear dominada, por exemplo, pelo Paquistão, Índia e Coreia do Norte… Nem vou mencionar o Irã o Israel… O risco que se corre, devido à corrupção globalizada, é colossal: não faltam black blocs de todos os matizes ideológicos, principalmente da ditas democracias…Tão frágeis!
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Por ser poeta, e beatlemaníaco convicto, prefiro acreditar que a palavra “fools”, do poema considerado, esteja associada à canção “The Fool on The Hill”… Por essa razão, meu “Jardim dos Castanhos, que pretendo publicar ainda esse ano, começa com o meu epitáfio (ainda bem que já o escrevi!):
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A CASA DO POETA
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Na casa do poeta,
o comprimento é o tempo.
A largura  a escritura,
e a altura é o pensamento
onde o firmamento mora.
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Por outro lado, não esqueci a advertência einsteiniana… Por isso…:
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BIG-BANG
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Construímos casas,
condomínios, partidos,
vielas, fábricas e favelas.
Construímos casamentos,
tormentos, fortalezas,
igrejas e testamentos.
Construímos aldeias,
ideias e cadeias.
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Construímos o mundo…
Contudo tudo é nômade
qual o canto profundo
do Big-Bang ao fundo…
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Saber pouco é danoso,
mas muito é perigoso!
Então o que saber
do quê que não se vê?
Ora, a vida revelada!
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Quem nasceu? Quem morreu?
Quem sofre? Quem ama? Quem clama?
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Quem dorme com as flores na cama?
Quem tem à noite metralhadoras nas ramas?
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Quem brilha? Quem cintila? Quem brinca?
Quem está ensolarado, num dia nublado?
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Quem sabe que nunca saberá
pois sempre haverá um “mas”
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que muda tudo? Quem, mesmo
com medo…, inventa o lúdico?
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Saudações Poéticas, Carlinus!

Carlinus disse...

Fantástico, Ramiro! Fico impressionado com a sua sensibilidade. Apenas uma pergunta: como surgem esses poemas que você escreve? São feitos na hora, de acordo com a situação apresentada? Ou você possui um banco de dados poético?

Abraços admirativos!

Ramiro Conceição disse...

Carlo Carlinus, vou tentar responder…


1) A começar pela pergunta final: a maior parte dos textos advém do “Jardim dos Castanhos” que estou a elaborar (faz, aproximadamente, 7 anos). A grande dificuldade tem sido descobrir a ordem dos poemas (são aproximadamente 160, mas já chegaram a 250). Os textos, digamos por enquanto, “descartados” ficam em “hibernação” em um arquivo que denominei “novos poemas”. Tratando especificamente do “Jardim”, tenho como objetivo principal que os poemas possam ser lidos em sequência, tal qual uma sinfonia, isto é, um poema único. Todavia, almejo ainda que cada um não perca a sua identidade. Ou seja, criei um baita quebra-cabeça que às vezes parece insolucionável.
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2) Diante da briga descrita acima, costumeiramente, estou aberto a tudo que acontece… Daí que surgem sempre outros filhotes… Por exemplo, os dois “cruzados de esquerda” nasceram duma resposta a um gaiato (como explicado no post anterior); porém, percebi, depois de publicá-los no Milton e no Charlles, que ambos poderiam fazer parte de um trecho do “Jardim” (no qual trato poeticamente da sociedade brasileira ou desse nosso mundão muito doido…): dessa maneira, os mencionados foram incorporados ao conjunto. E assim vai… Outra coisa que tem acontecido é a seguinte: por exemplo, vou até o blog do Charlles e me deparo com um texto que trata do tema “medo”… Num relâmpago, começo a ruminar sobre o que já escrevi sobre o tema… De repente, aparecem 5 poemas conhecidos, mas num ordenamento não previsto: pronto, adiciono a nova ordem ao “Jardim”. E assim vai… Em resumo: esse é o processo de criação do livro.
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PS: um abraço, Carlinus….