quarta-feira, outubro 18, 2017

Uma epígrafe de um livro de Lya Luft

Não sou leitor dos livros da Lya Luft. Nunca cheguei a mergulhar em sua literatura; tomar nota sobre sua produção. Sei que também é poetisa. Já assisti a algumas palestras em que ela estabelecia um colóquio leve, manso, refletindo sobre aspectos variados da vida. Por estes dias, veio-me às mãos o seu mais famoso livro - Perdas e Ganhos. Após começar a leitura e perceber que sua escrita a coloca, pelo tom intimista, ao lado de Clarice Lispector, encontrei uma epígrafe que me balançou por dias. Transcrevo-a abaixo:

Desde os 6 anos eu tinha mania de desenhar a forma dos objetos. Por volta dos 50 havia publicado uma infinidade de desenhos, mas tudo o que produzi antes dos 60 não deve ser levado em conta. Aos 73 compreendi mais ou menos a estrutura da verdadeira natureza, as plantas, as árvores, os pássaros, os peixes e os insetos. Em consequência, aos 80 terei feito ainda mais progresso. Aos 90 penetrarei no miestério das coisas; aos 110, terei decididamente chegado a um grau de maravilhamento - e quando eu tiver 110 anos, para mim, seja um ponto ou uma linha, tudo será vivo. (Katsuhika Hokusai, sécs. XVIII-XIX). 

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