quarta-feira, agosto 01, 2007

Convite à solidão do mundo


Convite à solidão do mundo

A luz surgiu pela manhã.
Veio louçã.
Irradiou os cimos das montanhas afastadas.
Raios verticais se inclinavam até beijar os montes.
Embevecia-me com o silêncio magestático do dia nascente.
Um parto natural, ali, a realizar-se sob os meus olhos.
Encantado pela manhã.
Sorridente pela manhã.
O êxtase se dá em silêncio, solitário.
Os convites que temos são para a turba.
Não estou acostumado às aglomerações.
Quem vive em bando é bicho por uma questão meramente
De sobrevivência.
O isolamento de um animal selvático é perigoso.
Não sou bicho, sou homem.
Gosto do silêncio das montanhas imaginárias.
Sou livre para pensar os meus mundos.
Vejo árvores mágicas que se erguem até o céu.
E daí, se elas existem somente para mim!?
Os aglomerados são barulhentos, afetados.
Por que precisam tingir o mundo dessa forma?
Prefiro as minhas cores, são alegres, solitárias.
Caminho pela rua e me julgam.
Julgo também.
Às vezes me comisero.
Apegamo-nos de maneira enigmática ao impensado.
Somos reprodutores de idéias desajustadas.
Cantarolamos, mas não sabemos porque agimos assim.
Pressinto, nutro desconfianças contra o mundo
E seus agastamentos.
Chamam-me para o centro.
Prefiro subir a montanha e estar além das visões
Medíocres da luxúria que atravessa o vale.

Por Carlos Antônio M. Albuquerque

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