quinta-feira, setembro 06, 2007

Artudimentos

Ando meio confuso.
Escuto muitas vozes.
Muitos caminhos a serem seguidos.
Não tenho nenhum.
Apenas penso que sou e busco não ser.
Questionam: “cadê a sua paixão?”
Afirmo: “Está aqui, dentro de mim”.
Não tenho essa certeza em meu silêncio.
O que mais desejo é compreensão.
O regaço amigo de minha companheira, para poder descansar.
Para onde seguir, quando não há caminhos?
Estarei sozinho nesse universo sem nome, sem fim.
Habitado por crenças.
Inundado de certezas balofas, arrogantes em suas explicações.
Sofre menos aqueles que não pensam.
“O muito pensar é enfado da carne”.
Ando enfadado.
Tenho muitas cores para enxergar.
Mundos para viajar.
Os meus pés estão plantados na terra.
Acima de mim a certeza ilusória.
Religião, o que é?
Prefiro me agarrar à existência.
Terei uma fé para viver e morrer por ela.
Todas as certezas são perversas, já dizia Nietzsche.
Mergulharei no escuro e pensarei sobre o meu desespero.
Prélude à l’aprés-midi d’um faune” – Debussy.
Sabor adocicado e reflexivo.
Os bosques mitológicos de minha mente são coloridos com
Os sabores suaves de uma tarde de sol.
Sinto-me mais inocente quando sinto a arte me invadindo.
Perdi o encantamento com o mundo.
O mundo é apenas vontade e representação.


Por Carlos Antônio M. Albuquerque

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