terça-feira, janeiro 01, 2008

O colapso

O colapso temporal se aproxima;
Como um mecanismo indiferente
Caminha para realizar novos nascimentos;
Comemorações, promessas, expectativas
Surgirão esta noite em lábios plurais;
A cordialidade seguirá a dança.
Um novo tempo vai brotar;
Outros homens já experimentaram estas
Sensações, este otimismo do momento;
Hoje, já não são;
Ficou a lembrança remota que se exntigue
No tempo.
Nossas memórias são erigidas por uma
Substância poeirenta;
Novos dias surgirão.
Trará as mesmas marcas do ontem
E nos fará pensar que somos melhores do que hoje;
Apaixonamo-nos pelo momento que é apenas
Representação sem ser a coisa em si.
Brincamos com o que desconhecemos.
O tempo que nem existe.
A consciência invisível que nos domina.
Esta noite, nesta cidade, um novo tempo
Vai surgir e ser apenas tempo.
Amanhã os homens acordarão sendo
Apenas o que sempre foram;
A vida se estabelece apenas como fenômeno.
Nada mais do que isso.
Uma melancolia inominável, inextricável
É o que tenho como matéria mais sólida.
Amanhã será como hoje;
Os fatos do hoje nos fazem pensar que somos
Melhores do que ontem;
Apenas a impressão gestada, lapidada pela
Consciência do ser que busca ser sem ser.
Já que o mundo não é em si, pois a criação
Da idéia cria o em si que não é, mas se torna
A medida que o elegemos com esta propriedade.
No fundo o mundo é apenas a criação
De um fenômeno que se dá no aqui e agora.
A paixão nos consome.
Amamos a nossa criação.
No fundo somos os mais iludidos dos
Homens;
Os mais infelizes.
E o tempo que não é caminha, gira,
Avança no meu relógio e na
Consciência dos homens lá fora!

Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque
Data: segunda-feira, 31 de dezembro de 2007, 19:38:04.

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