domingo, fevereiro 10, 2008

Coisas XIV

A foto desbotada.
O álbum descolorido.
A memória fugidia que se dilui
Na curva distante da memória.
Os dias passam.
O silêncio do seu caminhar.
Um dia, dois dias...
Um ano, dois anos... cinco... anos...
Nem damos por essa passagem que
Vitima nossa saúde.
Põe rugas na face de nossa História.
A vida, o que é a vida?
Essa música já me fez chorar um dia.
Ela ressoa dentro de mim.
Os seus acordes suaves
Já não arranca lágrimas dos meus olhos.
A mudança que se perpetra a cada dia.
O absoluto relativo dos dias.
A pequenez frágil de nossos valores.
Desisto de pensar.
Desisto de imaginar coisas grandiosas.
Amanhã talvez essas nem mais sejam.
As sucessões do tempo trará novos humores.
Seremos visitados por uma situação nova.
As horas escorrerão, voarão.
Cansado do mistério dessa caminhada.
Sento-me ante a novidade que me abraça.
Novos dias surgirão com novidades enormes.
Penso nessas sucessões de coisas.
E sigo enervado e curvado.
A tinta invisível do tempo escreve
Em mim as suas linhas.

Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque

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