quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Ir e Vir

Carrego em meu espaço interior
Os silêncios dispersos das galáxias universais.
Em mim Há o silêncio das catedrais
Distantes, perdidas sob o signo do tempo.
Frestas luminosas por onde escapa
Uma centelha de luminosidade.
Espanto e contemplação.
Medo e alegria a se jungirem.
Nas cavidades e reentrâncias da alma.
Nos espaços mais escondidos
E inacessíveis.
No horizonte que não pode ser atingido,
Senão pela imaginação.
Ausento-me de mim e volto.
Amo e odeio as minhas intenções.
Monstro rutilante, paradoxal.
Derramo luz como o sol,
Mas em mim há buracos negros
E bombas invisíveis que estouram
Sob o potencial de mil megatóns.
Objeto complexo.
De significância insignificante.
Ente cultural.
Eduquei-me com os homens
E aprendi a amar com as estrelas.
Os meus segredos se mostram na minha face.
Sob as pregas do rosto estão escritos livros.
Romances, crônicas e poesias.
Hoje estou para a quietude de mil eras.
Uma música é cantada no istmo
Mais afastado da alma.

Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque

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