quinta-feira, março 06, 2008

Coisas XV

As folhas velhas sucumbem ao tempo.
Os rios frágeis não resistem ao calor.
Uma dor estranha a estrangular o mundo.
Os passos tímidos a vacilarem.
Na estrada, as marcas se prolongam.
Os galhos tortos da história a se vestirem
De rugas gravosas.
O mar caudaloso que se arremessa contra
Os penedos.
Lá, a insignificante existência se prolonga
No cimo das colinas.
O silêncio, o sol, o frio a se substituírem,
Se revezarem no instante abrupto das estações.
Todas se dão silenciosamente.
Aparecem com a timidez de uma donzela.
Soltam-se, fazem-se presente com paciência.
São coisas magníficas.
O instante sucumbe...
A vida sucumbe.
Os momentos se alternam em sucedâneos.
A vida toma formas novas.
O que é parece não ser,
Mas é e não é.
São processos.
Coisas estranhas que movimentam.
Marcham velozmente.
Deixam as eras para trás.
Seguem para frente
Num movimento de mistério incógnito.
No fundo as coisas são o que são.
São, foram, serão.
Coisas.

Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque

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