segunda-feira, março 17, 2008

Ecos Interiores II

Uma tensão se apoderou de mim.
Andei de um lado para o outro.
Zonzo.
Olhei os passantes.
Cada um com o seu dilema.
Vozes caladas, faladas.
Mirei na direção do horizonte.
Céu e terra se encontravam.
O tumulto ali, os gestuais.
A massiva e instigante conspiração.
Olhei para o chão.
As catedrais dentro de mim
Repicavam ao som de sinos tristes.
A música era intestina.
Pedaços de conchavos.
A memória a se diluir.
Fixava-se num ponto fatídico.
Ali estava o significado de meus prantos,
De meu silêncio singular.
Os dias trouxeram com ele significados
Difíceis, ininteligíveis.
A minha energia a se gastar numa inércia
Sem previsibilidade.
O cansaço de Baudelaire, de Schopenhauer,
Verlaine, Rimbaud, Jim Morrison
E de todos os poetas malditos.

Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque

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