A presença da espécie humana no planeta terra é deveras recente. O homem foi forjado, com relação à origem do Universo, nos últimos segundos do estágio formativo. Denomino estágio formativo àqueles momentos cruciais que deram condições para que surgisse o homo sapiens.
A se julgar por essa exigüidade, o potencial pensante do homem determinou a dominação do planeta. É irônico e interessante que uma das últimas espécies a entrar em cena no palco da criação viesse a dominar todas as demais realidades naturais. O que é inquietante com relação a isso é que um destino nefasto, luctífero, se aproxima com bastante velocidade da realidade humana. Pode ser avaliada como certa a destruição do homem. Essa afirmação é forte e, portanto, para muitos, constitui-se como inaceitável. A vaidade e o orgulho humanos não admite algo com essas implicações.
A Bíblia hebraica possui algumas metáforas que chamam a atenção. Quando caminho por entre os homens, sinto-me como um daqueles profetas. Seria arrogância pensar assim? Prossigamos. O que me distingue com certeza daqueles profetas tão apaixonados é que não tenho voz para gritar. Melhor seria andar com uma lanterna como o fez Diógenes buscando um homem sensato em plena luz do dia. Os profetas eram homens comuns chamados para anunciar a vontade divina. As intervenções dos profetas eram sempre ornadas de complexidade, pois eles vaticinavam a vontade divina, mas quase sempre presenciavam o povo caminhando na direção contrária às suas anunciações. O destino do povo era agônico.
Se houvesse uma mudança no comportamento, a triste realidade impositiva teria uma outra “história”; se a conduta fosse renitente, não haveria outra saída senão o desterro. Jeremias, por exemplo, padeceu desses sofrimentos. Anunciou a escravidão inextricável: se o povo não repensasse os passos da caminhada na direção da desobediência o resultado seria a escravidão. As palavras do profeta foram descartadas. Não houve qualquer adesão. Jeremias sentia o que via e lamentava profundamente o destino infausto do povo.
Analisando essa metáfora bíblica é inegável que aqui não seja visto um paradigma bastante contundente: a extinção do homem é certa se um fenômeno reflexivo não se apoderar das mentalidades e fizer surgir um novo “modelo de mundo”. Utilizo o termo “extinção” em sentido lato. O modelo de organização social construído pelo homem consagra a desigualdade. Filosoficamente existe um conceito de liberdade, mas empiricamente esta não possui qualquer concretude em termos reais. Que modelo deve ser construído? Como a equidade deve ser tornar uma possibilidade e não apenas uma utopia? A resposta a estas perguntas constitui-se um grande desafio.
Analiso o destino da humanidade que fulmina a natureza, incinera florestas, ocupa todos os espaços do planeta de forma predatória; que construiu um modelo perverso e imoral, numa sociedade que privilegia alguns e consagra os demais a um estado crônico de miséria. Ando como Jeremias.
Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque
A se julgar por essa exigüidade, o potencial pensante do homem determinou a dominação do planeta. É irônico e interessante que uma das últimas espécies a entrar em cena no palco da criação viesse a dominar todas as demais realidades naturais. O que é inquietante com relação a isso é que um destino nefasto, luctífero, se aproxima com bastante velocidade da realidade humana. Pode ser avaliada como certa a destruição do homem. Essa afirmação é forte e, portanto, para muitos, constitui-se como inaceitável. A vaidade e o orgulho humanos não admite algo com essas implicações.
A Bíblia hebraica possui algumas metáforas que chamam a atenção. Quando caminho por entre os homens, sinto-me como um daqueles profetas. Seria arrogância pensar assim? Prossigamos. O que me distingue com certeza daqueles profetas tão apaixonados é que não tenho voz para gritar. Melhor seria andar com uma lanterna como o fez Diógenes buscando um homem sensato em plena luz do dia. Os profetas eram homens comuns chamados para anunciar a vontade divina. As intervenções dos profetas eram sempre ornadas de complexidade, pois eles vaticinavam a vontade divina, mas quase sempre presenciavam o povo caminhando na direção contrária às suas anunciações. O destino do povo era agônico.
Se houvesse uma mudança no comportamento, a triste realidade impositiva teria uma outra “história”; se a conduta fosse renitente, não haveria outra saída senão o desterro. Jeremias, por exemplo, padeceu desses sofrimentos. Anunciou a escravidão inextricável: se o povo não repensasse os passos da caminhada na direção da desobediência o resultado seria a escravidão. As palavras do profeta foram descartadas. Não houve qualquer adesão. Jeremias sentia o que via e lamentava profundamente o destino infausto do povo.
Analisando essa metáfora bíblica é inegável que aqui não seja visto um paradigma bastante contundente: a extinção do homem é certa se um fenômeno reflexivo não se apoderar das mentalidades e fizer surgir um novo “modelo de mundo”. Utilizo o termo “extinção” em sentido lato. O modelo de organização social construído pelo homem consagra a desigualdade. Filosoficamente existe um conceito de liberdade, mas empiricamente esta não possui qualquer concretude em termos reais. Que modelo deve ser construído? Como a equidade deve ser tornar uma possibilidade e não apenas uma utopia? A resposta a estas perguntas constitui-se um grande desafio.
Analiso o destino da humanidade que fulmina a natureza, incinera florestas, ocupa todos os espaços do planeta de forma predatória; que construiu um modelo perverso e imoral, numa sociedade que privilegia alguns e consagra os demais a um estado crônico de miséria. Ando como Jeremias.
Por Carlos Antônio Maximino de Albuquerque
Um comentário:
É isso aí!!!
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