domingo, agosto 25, 2013

Uma reflexão preocupada


Vi essa imagem sendo veiculada no Facebook e fiquei imensamente preocupado. Ela aponta para um aspecto terrível e cínico da sociedade civil brasileira, que é a ausência de consciência crítica. Tal fato, revela apenas o quanto o reacionarismo conservador é um jogo infame que busca fazer chacota com as iniciativas da esquerda. É um tipo melindre tripudiante pouco esclarecido, revelador de ignorância. Não, senhores, a Dilma não vai trazer as ambulâncias de Cuba. Não há necessidade. Tais ambulâncias (se forem de Cuba, pois imagem pode ser a de um carro de algum país da África, que foi arruinada pelo imperialismo e pelo colonialismo branco da América e da Europa) são o resultado da prepotência política dos EUA. A fúria covarde da burguesia consegue fazer com que argumentos fascistas como esse sejam transmitidos e que boa parte de incautos se locupletem canhestramente com a ideia sem saber que este é criminoso. (1) porque nega a história do século XX, pois se existem ambulâncias como estas em Cuba, tal fato se deve unicamente àquilo que os EUA fizeram com o país em mais de 50 anos; (2) porque nega a assistência imediata às populações brasileiras que estão esquecidas em boa parte do nosso vasto país; nega que ainda há mortes e doenças que poderiam ser facilmente tratadas caso existisse um médico; um exemplo disso são as comunidades ribeirinhas da Região Norte do país, fazendo lembrar uma frase do grande Milton Santos: “Nunca houve cidadania no Brasil. Os pobres desse país nunca tiveram os seus direitos respeitos. A classe média brasileira nunca quis direitos, quis, sim, privilégio”. ; (3) porque mostra como vivemos uma espécie de pós-modernismo que não consegue conectar os fatos da história; e acredito que aqui esteja um dos grandes problemas filosóficos que tomou conta do homem comum. Vivemos “tempos gelatinosos” ou um “tempo líquido”, que é a negação de uma forma ou de uma razão hegemônica, inviabilizando a possibilidade de um debate em torno de qualquer ideia. Mas, o que se estabelece hegemônica e paradoxalmente é a lei do capital em sua vertente mais aterradora, que é a neoliberal. Enfim: é preciso que não olhemos para o mundo com os óculos que nos dão para enxergar. É preciso que “descolonizemos o nosso olhar”, aprendendo a olhar com as ferramentas corretas; enxergando as causas e não os resultados mal explicados. Uma opção política é sempre uma opção de classe.

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