No
final de 2020, escolhi dez livros de escritores nacionais para ler no ano de
2021. Foi uma iniciativa para me obrigar a ler autores nacionais. Parecia uma
decisão ousada e acertada. A ideia era ler obras clássicas, famosas por aquilo
que representam. Há críticos contumazes que procuram minimizar a qualidade dos
autores nacionais. Existem até aqueles que afirmam que não há uma literatura
propriamente “brasileira”. Eu, do alto de minha mais retumbante pequenez,
afirmo que há – e de excelente qualidade.
Nossa
literatura é do tamanho da nossa história. Cada sociedade possui seus próprios
processos históricos; seus dilemas sociais, o que permite que cada autor, cada
escritor, seja influenciado pelo meio em que se encontra. Uma literatura
poderosa e grandiosa como a de William Faulkner não poderia ter sido escrita em
outro lugar do planeta, senão sob as condicionantes históricas experienciadas no
Sul dos Estados Unidos. As irmãs Brontës não teriam criado aquelas personagens
femininas tão marcantes, caso não vivessem naquele período do século XIX na
Inglaterra vitoriana. Zola não teria fermentado o seu projeto naturalista, caso
não vivesse na França diante daqueles condicionamentos históricos.
O
Brasil, por sua vez, com seus grupelhos aristocráticos, submetido à influência
europeia, numa sociedade altamente desigual e com grande contingente de
escravos não teria produzido outro tipo de literatura, senão esta que produziu.
Portanto, quando leio os autores nacionais, principalmente aqueles que são
anteriores ao século XX, sinto-me integrado à história do país.
Essa
reflexão pequena e acanhada é a base daquilo que permite com eu me interesse
pela literatura produzida no Brasil.
Em 2021, escolhi os seguintes livros:
2 - O cabeleira - Franklin Távora;
3 - Cidades Mortas - Monteiro Lobato;
4 - Inocência - Visconde de Taunay;
5 - Memorial de Aires - Machado de
Assis;
6 - O Ateneu - Raul Pompéia;
7 - Os sertões - Euclides da Cunha;
8 - Marafa - Marques Rebelo;
9 - Guerra dentro do beco - Jorge de
Lima;
10 - O amanuense Belmiro.
1 – A menina morta – Cornélio Penna;
2 – O bom crioulo – Adolfo Caminha;
3 – Grande Sertão: Veredas –
Guimarães Rosa;
4 – Capitães de Areia – Jorge Amado;
5 – Antes do baile verde – Lygia Fagundes
Telles;
6 – O Ventre – Carlos Heitor Cony;
7 – Quarup – Antonio Callado;
8 – Encontro Marcado – Fernando Sabino;
9 – Sargento Getúlio – João Ubaldo
Ribeiro;
10 – Caminhos Cruzados – Érico Veríssimo.
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