sexta-feira, dezembro 17, 2021

Literatura nacional para 2022.

 


            No final de 2020, escolhi dez livros de escritores nacionais para ler no ano de 2021. Foi uma iniciativa para me obrigar a ler autores nacionais. Parecia uma decisão ousada e acertada. A ideia era ler obras clássicas, famosas por aquilo que representam. Há críticos contumazes que procuram minimizar a qualidade dos autores nacionais. Existem até aqueles que afirmam que não há uma literatura propriamente “brasileira”. Eu, do alto de minha mais retumbante pequenez, afirmo que há – e de excelente qualidade.

            Nossa literatura é do tamanho da nossa história. Cada sociedade possui seus próprios processos históricos; seus dilemas sociais, o que permite que cada autor, cada escritor, seja influenciado pelo meio em que se encontra. Uma literatura poderosa e grandiosa como a de William Faulkner não poderia ter sido escrita em outro lugar do planeta, senão sob as condicionantes históricas experienciadas no Sul dos Estados Unidos. As irmãs Brontës não teriam criado aquelas personagens femininas tão marcantes, caso não vivessem naquele período do século XIX na Inglaterra vitoriana. Zola não teria fermentado o seu projeto naturalista, caso não vivesse na França diante daqueles condicionamentos históricos.

            O Brasil, por sua vez, com seus grupelhos aristocráticos, submetido à influência europeia, numa sociedade altamente desigual e com grande contingente de escravos não teria produzido outro tipo de literatura, senão esta que produziu. Portanto, quando leio os autores nacionais, principalmente aqueles que são anteriores ao século XX, sinto-me integrado à história do país.

            Essa reflexão pequena e acanhada é a base daquilo que permite com eu me interesse pela literatura produzida no Brasil.

 Em 2021, escolhi os seguintes livros:

 1 - Canaã - Graça Aranha;

2 - O cabeleira - Franklin Távora;

3 - Cidades Mortas - Monteiro Lobato;

4 - Inocência - Visconde de Taunay;

5 - Memorial de Aires - Machado de Assis;

6 - O Ateneu - Raul Pompéia;

7 - Os sertões - Euclides da Cunha;

8 - Marafa - Marques Rebelo;

9 - Guerra dentro do beco - Jorge de Lima;

10 - O amanuense Belmiro.

             Para 2022, foram escolhidas as seguintes obras:

1 – A menina morta – Cornélio Penna;

2 – O bom crioulo – Adolfo Caminha;

3 – Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa;

4 – Capitães de Areia – Jorge Amado;

5 – Antes do baile verde – Lygia Fagundes Telles;

6 – O Ventre – Carlos Heitor Cony;

7 – Quarup – Antonio Callado;

8 – Encontro Marcado – Fernando Sabino;

9 – Sargento Getúlio – João Ubaldo Ribeiro;

10 – Caminhos Cruzados – Érico Veríssimo.  

             Da lista de 2020, ainda me encontro lendo o poderoso “Os sertões”, de Euclides da Cunha.

Nenhum comentário: