segunda-feira, março 05, 2012

Segunda sessão do sábado movie

Minha semana é bastante cheia. Trabalho como professor e a vida de quem ensina não é fácil. Quando não estamos em sala de aula, geralmente estamos preparando aulas ou corrigindo provas ou trabalhos. Minha mulher diz com certa recorrência que trabalho de professor "nunca acaba". E eu confirmo com todas as letras essa realidade em minha vida.

Com tanto tempo comprometido nessa atividade, sobra-me pouco espaço para fazer o que eu gosto. Ou seja, ler, ouvir música (embora quando estou em casa, sempre estou ouvindo alguma coisa) e assistir aos filmes de que gosto. Sendo sabedor dessa realidade de aperto, resolvi me munir de uma estratégia - os sábados vespertinos serão, doravante, chamados de "sábado movie". Em outras palavras: nas tardes de sábado, por volta das duas da tarde, terá início a minha sessão cinematográfica. Isso já me aconteceu por dois sábados seguidos.

No dia 25 de fevereiro, eu assisti ao filme Morangos Silvestres e, no último sábado, eu vi Amnésia (Memento), de 2000 - que havia sido indicado por um colega professor há algum tempo atrás. O filme do diretor Christopher Nolan, deixou-me com uma sensação de absurdo. Guy Pearce faz o papel de um sujeito que não consegue gravar as informações recentes em por causa de uma pancada que levou na cabeça. Ele fica impossibilitado de gravar as memórias mais distantes. Sabe do aqui e agora, mas rapidamente esquece aquilo que vivenciou em pouco tempo. O filme é constituído por um mosaico de acontecimentos que vão se encaixando e costurando os fatos fragmentados da vida do personagem vivido por Pearce. Apesar de o filme ser colorido, fez-me pensar naqueles noirs policiais no qual o fato nunca é solucionado.

Ou num romance kafkaniano, no qual percebemos o sofrimento do personagem, sem que este saia da "arapuca" que parecem ter armado para ele. E que por mais que ele faça movimentos, sua sina é estar preso em um cipoal de fatos viscosos e irracionais. A história é boa. O filme é bem contado. Tecnicamente, não aprsenta problemas. A atuação de Pearce é convicente. E ao final da película, proferimos em tom mofino: "O que foi isso que eu acabei de ver?" É assim que me sinto desde a última sessão do meu sábado movie.


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