segunda-feira, março 26, 2012

Uma excursão por Paris?

Assisti, neste final de semana, ao filme Meia Noite em Paris. Gostei da película de Woody Allen. Inicialmente, julguei que o filme seria uma espécie de movie tour sobre Paris. Errei. Apesar de se deter em muitos aspectos belos da capital francesa, com suas alamedas, cafés, livrarias, a obra de Allen possui momentos de muito graça e descontração intelectual.

Meia Noite em Paris é o mote para uma viagem de Gil (Owen Wilson) para a Paris de 1920, época de ouro da cultura francesa. O personagem de Owen Wilson embarca num carro antigo para o encontro com grandes intelectuais do quilate de Ernet Hemingway, Gertrude Stein, o casal Fitzgerald, Pablo Picasso, Buñuel e outros nomes importantes. Gil é um falastrão cômico. É um romancista frustrado. Um péssimo namorado. Alguém que poderíamos julgar como anti-herói. Woody Allen é um mestre nesse sentido. Dois momentos engenhosos no filme se dão quando Gil chama de "pseudo-intelectual" à personagem do ator Michael Sheen. Na verdade, Gil estaria falando da própria obra. Ou seja, essa afirmação possui uma forte ressonância metalinguística. E outra é quando Gil dá um dica de filme a Buñuel. A cara de expressividade do cineasta espanhol é espetacular.

Achei o filme engenhoso (seria realismo fantástico?). Bem amarrado. O roteiro é bom. Vi a obra e, ao meu modo de entender, é uma piada contra supostos intelectuais. Vale a pena assistir. Temos no filme um Woody Allen diferente de Crimes e Pecados. Recordo-me que quando da estreia desse filme, o ano passado, queria tê-lo visto no cinema. Mas, infelizmente, não deu certo. Rapidamente ele saiu de cartaz. Recordo-me que havia uma sessão em um cinema distante da minha casa. Acabei perdendo a oportunidade ver. Mas, tendo visto o filme ontem, creio que valeu a experiência - mesm oque tardia.


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