
O professor é preso e são convidados para o caso os polemistas Henry Drummond - defesa - e Matthew H. Brady) - acusação. A acusação contra o professor se baseava no fato de ter desobedecido uma lei estadual que proibia os funcionários públicos de negarem os princípios do criacionismo. Nas sessões do tribunal, a população da cidade fica contra o professor. Na verdade, é compreensivo tal fato, pois as tradições da comunidade estavam sendo questionadas. As crenças geram um conforto psicológico. Quando determinada crença é questionada, há necessariamente uma desestabilização, gerando um conflito consequente.
Acontecem quatro sessões. A terceira é a mais dramática. É aquela em que é o advogado de defesa convida de forma irônica o promotor para ser interrogado. Na sessão número 2, o advogado de defesa tivera negada a possibilidade de entrevistar importantes cientistas e professores eminentes. Na terceira, de forma irônica, mune-se de uma bíblia para julgar o promotor, considerado um perito no conhecimento das escrituras. Aqui percebemos um gracejo feito pelo advogado de defesa, já que às autoridades científicas havia ocorrido uma negativa.

Na quarta e última sessão, na qual teria o veredicto proferido, o professor é condenado. Sua condenação resume-se a pagar uma multa de cem dólares. Matthew H. Brady, responsável pela acusação, protesta veementemente. Quando a sentença é proferida, inicia o seu discurso tresloucado. E no calor da saraivada raivosa e conservadora acaba tendo um enfarte e morre seis dias depois. Sua morte simboliza a morte dos valores retrógrados e ensejando o surgimento de novas concepções.
O filme do diretor Stanley Kramer deixa-nos uma relevante reflexão, posto que nos alerta contra os dogmatismos, sejam eles religiosos ou "a-religiosos" - este último é aquele tipo de dogmatismo que tenta divergir da religião, mas acaba se tornando outra religião. Em todas as épocas da história a intolerância sempre esteve presente. O direito à liberdade de pensamento fizeram com que Sócrates, Giordano Bruno, Galileu Galilei ou Charles Darwin fossem perseguidos por desferirem golpes filosóficos nas ideias estabelecidas.

Como fica bem claro no filme, o que distingue o homem dos outros seres da natureza é justamente a sua capacidade de pensar. Se deus fez o homem conforme está escrito nos "poemas sagrados" não lhe seria negada a possibilidade de ousar com a razão. Como fala do advogado de defesa: "Que outro mérito nós temos? O elefante é maior, o cavalo é mais veloz e mais forte... a borboleta é mais bonita, o mosquito é mais prolífico... até mesmo uma esponja é mais duradoura".
P.S. O nome do filme é baseado no texto de Provérbios 11.29: "Aquele que perturba sua casa herdará o vento...".
Excelente filme!
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