(1) Ontem tive a grata experiência de assistir ao filme egipício, que se encontra no Espaço Itáu Cinema aqui em Brasília, Cairo 678. Eu e minha esposa gostamos bastante da obra do diretor Mohamed Diab. O filme é de dois 2010, mas somente chegou ao Brasil por agora. Mohamed Diab narra a difícil realidade das mulheres em seu país. O filme é excelente. Numa sociedade machista, na qual os homens desde pequeno são ensinados a silenciarem e cometerem abusos sexuais contra o sexo feminino no espaço público, três mulheres corajosas buscam se posicionar contra essa opressão. O aviso inicial de que a selvageria cometida contra as mulheres é baseada em fatos reais, deixa-nos com um amargor enorme na boca. Diab consegue reter nossa atenção, prender-nos à poltrona para que sintamos as possibilidades de um cinema que tem a finalidade de ser uma importante arma de denúncia.
Para que se alcanse o respeito, um alto preço é pago. E e justamente o que o diretor tenta mostrar. Uma sociedade egípcia caótica, patriarcal, na qual os homens abusam das mulheres no meio da rua e quando as mulheres buscam denunciar são infamadas. Segundo as informações finais da obra, a selvageria cometida contra as mulheres teve uma atenuante, quando da publicação de uma lei que proíbe o abuso. Belíssima a película. Serve para quem quiser conhecer um pouco mais sobre Oriente. E nos tirar do "lugar-comum". Ou seja, o padrão Hollywood.

(2) Outro fato significativo é que fui à Livraria Cultura e comprei três livros que há muito desejava: (1) Chamadas Telefônicas e Monsieur Pain, ambos do escritor chileno Roberto Bolaño; e a biografia da kafkafiana Clarice Lispector, Clarice, escrita no ano passado por Benjamin Moser. Fiquei feliz com a minha noite dividida entre o Oriente distante e proximidade latina de Bolaño.
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