quarta-feira, março 20, 2013

60 anos da morte de Graciliano Ramos - à guisa de uma lembrança

Hoje, 20 de março de 2013, completam-se 60 anos da morte de um dos maiores escritores da história da nossa literatura. Quando se faz referência à boa leitura, é imprescindível citar o mestre Graça, como era conhecido pelos mais íntimos. Graciliano nasceu no interior do sertão alagoano, lá pelos idos de 1892. Ainda muito pequeno começou a escrever poesias. Mas foi lendo Eça de Queirós, José de Alencar, Machado de Assis, os escritores franceses e russos; lendo ainda Karl Marx em francês por volta de 1913, que ele sedimentou seu gigantismo intelectual.

Foi jornalista, comerciante de secos de molhados, político, funcionário público, escritor, comunista. Possuía uma personalidade forte. É conhecido o seu mau humor crônico. Todavia, quem conviveu de perto não julgou que aquilo que fosse um defeito. Era a sua forma de encarar as pessoas e o mundo. Certa vez, estando com Zé Lins do Rego, pela ocasião do Estado Novo de Vargas (1937), sapecou a frase: "Estamos fudidos!" Ou ainda é conhecido o episódio de um jovem estudante e pedante entusiasmado, que chegou próximo dele na Livraria José Olympio e perguntou: "O que você acha de Machado de Assis?" Ao que ele respondeu: "Era um cavalo!" O estudante entendeu que ali não havia lugar para bate-papo.

Era um fulmante inveterado. Fulmava de 3 a 4 carteiras do cigarro Selma por dia. E foi justamente esse vício terrível que acelerou a sua morte. Com um câncer no pulmão, descoberto em estágio avançado, não teve como estender a sua vida. Muitos romances, histórias contadas com a maestria de sua pena foram silenciadas. Morreu com pouco mais de 60 anos de idade. Ainda relativamente jovem. 

O que é imortal, por sua vez, é o legado de sua obra.

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