Tudo
é possível... O cenário é bem complexo, mas podemos conjecturar
algumas coisas - principalmente, quando se trata das elites brasileiras.
Os generais, os velhos reaças de sempre, têm feito política. Isso é
notório! As ameaças constantes à nossa combalida democracia acontecem
sem qualquer pudor. Caso o Haddad ganhe, será absurdamente difícil para
ele governar. Ainda podemos sentir o calor do golpe no ar.
A classe
média pró-Bolsonaro certamente sairá à rua com suas camisas da CBF, para
coreografar as dancinhas constrangedoras. O ódio ao PT encontrou no
discurso pró-violência do Bozo, uma identificação certeira. Bolsonaro é a
materialização do fantasma do ódio, do autoritarismo, do preconceito, do medo e da ignorância que habita
no interior de grande parcela da classe média brasileira. No fundo, são
vítimas do processo profundo de despolitização por que passamos.
Nota-se com isso tudo, o triunfo galopante do capital, que sempre se
nutre do fascismo para estabelecer falsas rupturas que, no fundo,
encaminham para a perda de direitos.
É possível que um golpe seja
perpetrado. Será difícil para a turma da casa-grande perder pela quinta
vez seguida para o PT. Gostaria que no lugar do Haddad estivesse o Ciro.
Acredito que ele, num suposto governo, teria mais força política para
estabelecer um pacto democrático e conduzir um governo mais voltado para
o campo popular. Uma vez que fosse assim, talvez, daqui a quatro anos, o
PT estivesse pronto para voltar. Todavia, o PT não aceita ser
coadjuvante. Vejo nisso uma perspectiva negativa. Se for eleito, o
candidato do PT precisará ter pulso forte e fortalecer os movimentos
sociais. E é justamente nesse ponto que repousam as minhas dúvidas. A
Dilma não fez isso em 2014 e o resultado todos nós conhecemos.
Apesar de
ser um simpatizante histórico do PT (sempre votei em candidatos do PT e
o farei novamente agora), gostaria de votar no Ciro. O meu voto será
estrategicamente medido e escovado para vencer o candidato do fascismo, o
Boçalnato, que representa o atraso, o autoritarismo, a falta de
razoabilidade; sujeito que alimenta as pessoas com o lodo de sua
personalidade. Ele é uma espécie de caixa-de-gordura da antipolítica. E
milhões de brasileiros, sem saber o porquê, alimentam-se do material
liberado por ele. Há probabilidades graúdas dele ganhar. Se isso
acontecer, resta-me apenas o silêncio para ver a tragédia social e o
colapso civilizatório que encobrirão como um lençol cinzento o Brasil. O
candidato do PSL é uma espécie de "revival" de um Jânio Quadros ou de
um Fernando Collor, figuras moralistas, que posaram de salvadores da
pátria, mas que, no fundo, realizaram governos trágicos e inexpressivos.
Um comentário:
Lixo!
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