segunda-feira, outubro 01, 2018

Uma resposta...

Tudo é possível... O cenário é bem complexo, mas podemos conjecturar algumas coisas - principalmente, quando se trata das elites brasileiras. Os generais, os velhos reaças de sempre, têm feito política. Isso é notório! As ameaças constantes à nossa combalida democracia acontecem sem qualquer pudor. Caso o Haddad ganhe, será absurdamente difícil para ele governar. Ainda podemos sentir o calor do golpe no ar. 

A classe média pró-Bolsonaro certamente sairá à rua com suas camisas da CBF, para coreografar as dancinhas constrangedoras. O ódio ao PT encontrou no discurso pró-violência do Bozo, uma identificação certeira. Bolsonaro é a materialização do fantasma do ódio, do autoritarismo, do preconceito, do medo e da ignorância que habita no interior de grande parcela da classe média brasileira. No fundo, são vítimas do processo profundo de despolitização por que passamos. Nota-se com isso tudo, o triunfo galopante do capital, que sempre se nutre do fascismo para estabelecer falsas rupturas que, no fundo, encaminham para a perda de direitos. 

É possível que um golpe seja perpetrado. Será difícil para a turma da casa-grande perder pela quinta vez seguida para o PT. Gostaria que no lugar do Haddad estivesse o Ciro. Acredito que ele, num suposto governo, teria mais força política para estabelecer um pacto democrático e conduzir um governo mais voltado para o campo popular. Uma vez que fosse assim, talvez, daqui a quatro anos, o PT estivesse pronto para voltar. Todavia, o PT não aceita ser coadjuvante. Vejo nisso uma perspectiva negativa. Se for eleito, o candidato do PT precisará ter pulso forte e fortalecer os movimentos sociais. E é justamente nesse ponto que repousam as minhas dúvidas. A Dilma não fez isso em 2014 e o resultado todos nós conhecemos. 

Apesar de ser um simpatizante histórico do PT (sempre votei em candidatos do PT e o farei novamente agora), gostaria de votar no Ciro. O meu voto será estrategicamente medido e escovado para vencer o candidato do fascismo, o Boçalnato, que representa o atraso, o autoritarismo, a falta de razoabilidade; sujeito que alimenta as pessoas com o lodo de sua personalidade. Ele é uma espécie de caixa-de-gordura da antipolítica. E milhões de brasileiros, sem saber o porquê, alimentam-se do material liberado por ele. Há probabilidades graúdas dele ganhar. Se isso acontecer, resta-me apenas o silêncio para ver a tragédia social e o colapso civilizatório que encobrirão como um lençol cinzento o Brasil. O candidato do PSL é uma espécie de "revival" de um Jânio Quadros ou de um Fernando Collor, figuras moralistas, que posaram de salvadores da pátria, mas que, no fundo, realizaram governos trágicos e inexpressivos.